sábado, 11 de agosto de 2012

Entre Tapas e Beijos ( Reflexões Sobre Meu Mal Gosto pra Rapazes)

         Ah, a engenharia! Como sabemos, coube aos homens a missão de pensar exatamente. Meninos montam e desmontam seus carrinhos, todos acham bonitinho, e se você resolve destruir sua boneca, você é uma futura maniaca destruidora de lares. Enfim, assim sendo, aos homens o departamento de engenharia da Unitau! Ou de qualquer outra universidade também, que se pense, são todas iguais. 
       Eu e minha inocência nada pueril, caminhei livremente pelo campus, sem dar bola pras gracinhas, estava a trabalho (acreditem, entregar panfletos também é profissão quando se quer estudar teatro e seu pai não é o Wolf Maya) e, como era de se esperar, observei discretamente, pelas lentes do meu óculos, que roubei do Pelanza, os rapazes que iam e vinham: Altos, baixos, gordos, magros, fortes, fracos, solteiros, casados, loiros, morenos, carecas, cabeludos ( rei, ladrão, policia, capitão,como diria a bela canção da infância...), enfim, uma infinidade. Parecia uma 25 de Março só de homem, tinha pra todo gosto. Uma amiga da época da faculdade me diria "me joga lá e me deixa definhar!!!". Mas claro, nada é perfeito! 
       É que homens de exatas enfim, são homens de exatas. E lá vou eu destilar meu preconceito, já que ao meu ver, eles se limitam a pensar dentro de um quadrante só e blá blá blá não expandem pensamento e blá blá blá não questionam seu meio e blá blá blá usam sempre a mesma gola polo na balada, bebem sempre a mesmo uísque e energético (derrubam no cabelo da gente enquanto dançam inclusive, e fica cheirando gato molhado no outro dia) e pior de tudo, votam no psdb "Não por que acreditam na direita, mas por que sindicalista é tudo vagabundo!" (sic). Enfim esse tipo de pensamento classe média que me deprime o coração.
(antes que me atirem pedras eu sei que nem todos são assim, que estou julgando o todo pela parte, mas todo mundo tem seu preconceito, esse é o meu, tenho direito a minhas idiossincrasias, o Brasil é um pais livre, obrigada) 
           Mas o que mais me perturba é  a falta de assunto. Passado o deslumbramento inicial que eu tenho com aquelas caras lindas que Deus deu pra eles (oh céus, vou definhando..) a falta de assunto é geral. E eu tento fazer piada. No começo elas funcionam. Depois não. Mas vou tentando preencher o vazio da conversa de qualquer forma, e as piadas vão perdendo a graça, e eles vão tentando me fazer entender como funciona uma linha de produção, como se monta um para-choque num carro, a medida das porcas e parafusos sem fim da indústria automobilisitica vale paraibana, e eu não vou entendendo, por que também pouco se me dá esse tipo de coisa, e vou perdendo da paciência até cansar e não atender mais o telefone!           
       Em contrapartida não posso ver um cara fazendo cálculo que já acho uma coisa de louco, os hormônios pululam nas veias. Freud deve explicar. Aquelas réguas e esquadros devem ter algo de representação do falo ao qual supostamente invejo. Ou Freud poderia dizer ainda que, ao ver um cara tirando resultado daquela quantidade de numero com letra junto, eu vejo um afrodisíaco salvífico: Fácil como ele encontra o x da equação, encontrará o ponto g. E o sentido da vida. E saberá o final da novela. E resolverá todos os problemas do mundo. Num cavalo branco. Com a espada numa mão e a calculadora científica na outra! Por que ele achou sentido prático na formula de báskara. 
      E no final das contas vou achando que o problema é a cidade, o planeta ou eu mesma sei lá, vai saber, não bato bem da cabeça mesmo. A verdade é que minha relação com os praticantes do oficio da engenharia  costuma ser tão profunda quanto uma música do Leandro e Leonardo. Daquelas dos anos noventa. Que a gente adora, canta, mas tem vergonha de assumir.

3 comentários:

Mário Vercetti disse...

Só passando por aqui pra ver o que você tem feito e pra te mandar um beijo e um abração. Agora vc tem que fazer um texto sobre os caras de humanas, hein?
BJO Dani,
Da Lua

Lígia disse...

Daniiii, muito bom!!!

Sério!!! Gostei muito!!!

Do texto todo!!!

Unknown disse...

Preconceito compartilhado e a falta de conversa com o estereótipo descrito, também!