* Catarina acha a linha azul do metrô paulistano inspiradora. O auto falante anuncia: Estação Paraíso... E ela pensa que vai pular do vagão direto no gramado do Éden, nadar em rios de leite e mel e encontrar todos os terroristas suicidas tentando dar conta das setenta virgens que herdaram de Ala.
O mesmo se dá quando ouve "próxima estação: Liberdade!" . Sua cabeça logo imagina que, saltando do metrô, encontrará o Zé Celso Martinez correndo pelado, enquanto a policia pixa as paredes com palavras de ordem anti-psdbistas! Ou que sairá do vagão voando, como numa propaganda de amaciante, livre, tão livre que ao seu lado logo aparecerão Caetano e Gil na época da Tropicália, voando também, assim como a Rita Lee, num fundo colorido, tocando bandolim... Pensando bem, na verdade o nome da estação deveria ser lsd....
* Catarina acha que os vagões da linha verde parecem quartos de hospital e cheiram a xixi. Mas a moça do auto falante é tão simpática que quase te convence a ficar por ali e tomar uma xícara de café. *Na linha vermelha não tem moça simpática no auto falante. O maquinista mesmo é quem narra as estações. Geralmente de bem com a vida, ele só falta mandar a população pra puta que pariu logo depois de dizer que estão chegando na estação da Sé. Que, assim como todos os vagões da linha vermelha, está sempre cheia. Como se os 11 milhões de habitantes de SP morassem todos na zona leste!
* Catarina, como toda professora, trabalha like a dog e esse dias , ao pegar o metrô na Barra Funda acordou só na Corinthans Itaquera. Depois de quase morrer de susto, acabou descobrindo que isso é tão normal que não se sabe ainda como o Globo Reporter não fez uma reportagem sobre paulistanos que dormem no transporte público.
*No final das contas Catarina acha o metrô uma coisa muito linda, por que é caipira. Quando criança ia para a capital com o pai e achava que andar de metrô era a parte mais divertida do passeio. Para ela não havia como ter tédio naquela cidade!Era só correr para estação mais próxima e partir sem rumo pela paulicéia desvairada!