quarta-feira, 3 de outubro de 2012

A Adorável Vida de Catarina II - Rapidinhas

* Catarina foi com algumas amigas a uma balada dessas onde todo mundo é muito rico ou todo mundo finge que é muito rico, ou ninguém é rico coisa nenhuma, todo mundo entrou vip mas não conta pra ninguém. Era muito bonita a festa, era muito boa a música e muito bons os "drink", que com certeza dariam ressaca no outro dia, por que  um figado criado com Banhauss não consegue discernir o que é Absolut. Enfim.
   Catarina dançava e o rapaz a paquerava, dançava e paquerava, até que o mocinho de gola polo aproximou-se e disse, com todo lirismo e poesia que o momento pedia: "Oi, tudo bem? Eu tenho uma empresa!".
E ela pensou em várias respostas possíveis:
a) Sério? Por que eu tô desempregada, tenho um currículo aqui na minha bolsa, será que não dava pra você me arrumar um emprego?
b) E eu tenho várias propriedades!Acabei de comprar a Avenida Nove de Julho e a Avenida Rebouças. Construí quatro casas e um hotel por lá. (Diz enquanto tira cartas do Banco Imobiliário da bolsa)
c)  Eu tenho um fiat uno 96, vermelho, único dono. Quer trocar?
d) E nome? Você tem?
Catarina escolheu alternativa D, mas todas as outras se encaixariam perfeitamente.

* Catarina andava as voltas com uma paixonite besta por um cara que não sabia que ela existia. E Catarina não cogitava a ideia de que alguém não soubesse que ela existia, por que ela tinha o hábito de balançar os braços para cima e mover a cabeça enquanto falava, quase uma dancinha de axé mal coreografada dos anos 90. 
  Catarina nunca soube ser sutil e tampouco queria se arriscar pelo escândalo. Inconformada andava pelas ruas com o mp3 no ultimo, pensando que jamais saberia se era correspondida, por que ele, ao contrario dela, era tão sutil, mas tão sutil, que se tomasse um chute nas partes era capaz de soltar um sussurro de leve e continuar caminhando como se nada tivesse acontecido... 





Nenhum comentário: